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- 11 março, 2021
- Trek
Pelo amor e pelo o esporte Através do Colors In Kona o triatleta brasileiro Thiago Vinhal retribui para a sociedade
O triatleta brasileiro Thiago Vinhal sabe o que significa ver grandes sonhos realizados. Em sua vida, ele passou de uma criança amante de esportes para ser o primeiro atleta negro a se qualificar para o Campeonato Mundial do IRONMAN em Kona, onde terminou entre os 15 primeiros em 2017.
Hoje, ele encoraja outros a sonhar alto também. Através de sua campanha, Colors in Kona, ele está apoiando crianças e famílias em periferias brasileiras enquanto molda a próxima geração de atletas negros no esporte que ele adora – e você pode ajudar!
100% das receitas com a venda de produtos Colors in Kona disponíveis no seu revendedor Trek local apoiam essa causa, e a Trek está doando R$ 100 com a venda de cada Speed Concept diretamente para a campanha do Thiago.
Compre um produto exclusivo e apoie a campanha Colors in Kona. Mude vidas. Aqui, Thiago conta sua história e seu próximo grande sonho: ser um modelo para as crianças de seu país.
P: O que o atraiu para os esportes em geral?
Thiago: Eu era uma criança com muita energia. Ficava louco dentro de casa. Quando eu tinha três anos, meus pais decidiram me matricular em uma aula de natação. Lembro-me muito bem da minha primeira aula. Chutava muito, a aparência da água, flutuando. Isso me fez sentir muito, muito bem. Eu estava gastando minha energia e adorei a sensação de pular na água. Então comecei a melhorar. Continuei nadando e adorava estar perto de todos e me conectar com meus amigos. Eu sou apaixonado pelo modo como o esporte pode mudar a vida de alguém. Para mim, ele abriu as portas para tudo.
P: O ciclismo é o último esporte triatlético que você aprendeu. Por que você decidiu pedalar?
Thiago: Quando eu tinha 17 anos, foi o ano fatídico. Eu estava trabalhando como modelo. Estava nadando e correndo na época, não para competir, mas apenas porque gostava de praticar esportes. O chefe da agência de modelos disse: você precisa ter uma barriga tanquinho. O ciclismo indoor foi minha ferramenta para conseguir um tanquinho. Eu precisava fazer mais exercícios aeróbicos. Comecei a pedalar e nadar mais e depois de três meses percebi que basicamente treinava para um triatlo. Eu pensei, deixe-me ver isso mais de perto, acho que existe um esporte que mistura esses três.
P: Como era sua primeira bicicleta?
Thiago: Minha primeira bicicleta custou uns R$ 200 ou R$ 300. Eu estava contando moedas para comprar a bicicleta. Era uma bicicleta muito simples, uma de dez marchas, muito velha. Me apaixonei por aquela bike, era branca e de alumínio. As rodas tinham um perfil mais alto. Eu me lembro da minha primeira pedalada. Eu não tinha sapatilha para ciclismo e os pedais eram achatados com um suporte. Andava de bicicleta em uma rua perto da minha casa e vários caras que se deslocavam para a obra com roupas normais e mochilas passavam por mim. Pensei: ai meu Deus, estou muito mal. Comecei a fazer passeios em grupo e aí o pessoal do triatlo falou: você não pode usar essa bicicleta. Eles me emprestaram uma bicicleta melhor e me ajudaram a encontrar sapatilhas para ciclismo, bermudas e um capacete.
Fico feliz que o triatlo termine com a corrida porque eu adorava correr e já era bom nisso. Isso me deu esperança, já que obviamente precisava melhorar no ciclismo. Continuei treinando e tive a ideia de que quando colocasse os pés no chão eu iria alcançá-los. Outras pessoas tinham muita experiência com a bike. Eu precisava ser paciente. A cada passeio eu ficava melhor. Era só uma questão de paciência.
Cada um de nós tem uma história muito bonita. Você precisa aprender a contá-la para as pessoas de uma maneira suave e motivacional, como uma história positiva. Então elas começam a sonhar com você.
P: Como você passou de uma bike de R$ 300 para um competidor do Ironman?
Thiago: Comecei a treinar com um treinador e ele me disse: você tem potencial para ir para Kona, ficar entre os 15 primeiros do mundo. Eu não tinha uma bike profissional na época. Fui ao banco, peguei dinheiro emprestado em 2016 e fui conversar com o pessoal da loja Trek. Comprei a bike, e esse foi um momento de mudança muito forte para mim. Depois eu fiquei tipo, é isso, agora vou dar duro. Então, pulei para o próximo nível. Antes eu treinava, treinava, treinava, mas se você não tem o melhor equipamento é um problema.
P: Qual foi o seu momento de descoberta nas corridas?
Thiago: Se o seu sonho é ir para Kona, você precisa ser competitivo, não apenas sonhar. Você precisa tomar as melhores decisões durante a corrida. Não basta seguir o plano de treinamento e nutrição, recuperação e sono. Com meu treinador, trabalhei em como tomar decisões. Forcei mais e coloquei mais foco no ciclismo e consegui o quinto lugar no Ironman Brasil, meu melhor tempo até então. Eu fui para Kona em 2017 e 2018. Em 2017, com a minha Trek Speed Concept, cheguei em 13º lugar. Nessa corrida eu fui o brasileiro mais rápido e o primeiro profissional negro a correr em Kona.
P: Quais habilidades empreendedoras você achou importantes como triatleta?
Thiago: Preciso ser um bom comunicador e explicar o que é um Ironman rapidamente para as pessoas que ainda não sabem, mas ficariam inspiradas pela ideia. Preciso ser bom nas redes sociais e contar minha história de uma forma convincente e rápida. Eu sabia que precisaria construir meu próprio caminho. Minha língua nativa é o português e tive que aprender a falar inglês e espanhol. Tive que aprender um pouco sobre o mercado de triatlo e também ser um convidado interessante para jantar. Cada um de nós tem uma história muito bonita. Você precisa aprender a contá-la para as pessoas de uma maneira suave e motivacional, como uma história positiva. Então elas começam a sonhar com você.
P: Como você está ajudando outros jovens brasileiros de Negros a se conectarem com o triatlo como esporte?
Thiago: Colors in Kona. É um programa para jovens negros em favelas brasileiras. Se as crianças treinarem natação, corrida e tirarem boas notas na escola, eu pago a comida para a família delas. É uma cesta básica para toda a família se alimentar. Eu quero que eles vejam minha história, vejam Kona, vejam o que eles podem fazer. Mesmo que eles não estejam bem agora. Estamos perdendo tantos, tantos deles para os traficantes. O triatlo pode ser mais uma coisa que eles sonham em fazer. Eu só quero que eles tenham um sonho, que sonhem com algo e não se sintam limitados. Cada pessoa que compra produtos da Colors in Kona apoia o programa. Para cada peça de equipamento, posso dar comida para uma família inteira. Consegui sustentar 70 famílias nos últimos três anos. Quando eles olham para mim, eles podem ver a si mesmos. Imagine se eu pegar meu amigo triatleta sueco como modelo, loiro, olhos azuis, parece um príncipe para eles. Eles pensam “Eu nunca poderei ser assim”. Então, eu preciso usar a mim mesmo como modelo para eles. Se eu tivesse um cara negro que pudesse admirar no triatlo como, Michael Jordan ou Tiger Woods, poderia ter usado isso como motivação.
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