Com ou sem emoção? Uma viagem com escalas e 6 dias visitando 4 países poderia ser mais tranquila, mas somos nós…

Com ou sem emoção? Uma viagem com escalas e 6 dias visitando 4 países poderia ser mais tranquila, mas somos nós…

Com ou sem emoção? 

Somos o “Casal Parada” e aqui quem escreve é a Débora, contando como foi nossa experiência na França.

Uma viagem com escalas e 6 dias visitando 4 países poderia ser mais tranquila, mas somos nós…

Nossa viagem começou com alguns contratempos, como a perda do celular de Felipe durante uma escala em Londres. Apesar disso, conhecemos um brasileiro que nos convidou para uma rápida visita aos pontos turísticos da cidade. No outro dia, seguimos a nossa viagem em direção a Suíça e nos dirigimos para Annemasse na França, cidade da largada, com certeza cansadíssimos, deixamos nossas bagagens no hotel e corremos para pegar os nossos kits e bikes. Desidratados, confusos com o jat lag, com o sol já nos dando uma pequena demonstração do que nos esperava para o dia seguinte.

O processo de retirada das bikes foi simples e rápido, elas já estavam nas medidas que enviamos ao alugarmos online, apenas com ajustes finos de aumento do canote e calibragem dos pneus. Voltamos ao hotel pedalando, em torno de 3km, suficiente para testá-las. 

O grande dia nos abraçou com uma manhã linda, olhei para o Felipe enquanto saímos do hotel e pela primeira vez, o vi ansioso. Annemasse é uma cidade em que a bicicleta ou patinete são os principais transportes da população, então facilmente você conseguiria ver ciclistas na rua, mas nunca vimos algo parecido como neste domingo. Haviam ciclistas saindo de todas as ruas em direção a um único sentido, fazíamos parte de algo da mesma sensação que pulsava o anseio da largada, caso você não soubesse o caminho, bastaria acompanhar um ciclista. 

Cada pelotão contou com 1000 atletas, literalmente uma onda de pessoas. O corredor da largada era esplêndido, com a foto dos atletas desde o início do Tour do tamanho do pé direito convencional de uma casa, e um pórtico com cortina das cores mais cobiçadas pelos atletas de ponta desta etapa, as cores representavam as camisas verde, amarela, branca e de bolinhas vermelhas. 

Como esquecer aquele tapete invejável das estradas da França? Aqueles campos e arquitetura das casas? A população dos vilarejos do início ao fim gritando “Allez, Allez”, tocando seus sinos, até alguns cidadãos fantasiados fazendo algazarras, eles são as cerejas desse grande bolo! 

Em ritmo de passeio tentando encontrar o ritmo para não “quebrar”, subíamos e descíamos as mesmas estradas as quais os atletas do Tour de France passarão no dia 15/07, e cada hora que passava eu sentia a energia se esvaindo à medida que a temperatura aumentava. Pela primeira vez pedalando, meu corpo não aguentou mais e eu parei no Km 100, acompanhados com o carro de “fim de percurso” anunciando o corte do Time Table, Felipe literalmente entrou em desespero, pois não queria ser cortado, entreguei meu carregador portátil e meu celular para ele e nunca o vi sair tão rápido. 

Felipe começou um contrarrelógio com o carro, enfrentando as duas últimas montanhas, Col de la Ramaz com 7,1% de inclinação média em 14.3km, Col de Joux Plane com 8,5% de inclinação média em 11.6km , conseguindo abrir distância do carro nas descidas, conquistou a medalha com muito esforço em suas 10 horas e meia de prova. Tudo de caso pensado (contém sarcasmo), me acompanhar nos 100km poupou a energia que ele precisaria nos últimos 57km. 

Minha primeira vez em uma prova internacional, minha primeira vez inaugurando o vassourão, com certeza uma decisão feita com a consciência tranquila, aproveitei as paisagens. 

Finalizamos o evento com choro e felicidade de encontrar um ao outro naquele mar de atletas. Nosso ponto de encontro combinado foi na tenda da trek, essa grande facilidade de pegar a bike na largada e deixar na chegada foi incrivelmente prática, pois deixaríamos de ter a preocupação com as bicicletas. 

Ainda estamos digerindo todo o ocorrido, ainda encantados com tudo que vimos e vivemos. Nos perguntaram se nossas inscrições estavam feitas para o ano que vem… pedimos calma haha não é algo simples. Um evento como esse não pode ser subestimado, você não deve ir sem planejamento. Vá com tempo de acostumar-se com o clima, com o horário, com a comida, aqueça e descanse, nessas condições você garante que sua saúde não será prejudicada, mas independente da situação, os Alpes são encantadores, como não amar aquelas montanhas colossais?! 

Energias renovadas voltando para o Brasil, só queríamos um bom prato de comida brasileira e uma água bem gelada, além de uma semana off. 

Esperamos que tenham gostado do nosso relato, somos apenas dois apaixonados e aventureiros nesse mundão do ciclismo.

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