Entrevista a Elisa Balsamo na semana do Tour de France Femmes Tivemos a oportunidade de entrevistar a campeã mundial, e ciclista da equipa feminina da Trek-Segafredo, antes de partir para as estradas da primeira edição do Tour de France Femmes.

Entrevista a Elisa Balsamo na semana do Tour de France Femmes Tivemos a oportunidade de entrevistar a campeã mundial, e ciclista da equipa feminina da Trek-Segafredo, antes de partir para as estradas da primeira edição do Tour de France Femmes.

Entrevista a Elisa Balsamo na semana do Tour de France Femmes Tivemos a oportunidade de entrevistar a campeã mundial, e ciclista da equipa feminina da Trek-Segafredo, antes de partir para as estradas da primeira edição do Tour de France Femmes.

1 – Este ano, finalmente, o Tour de France Femmes vai realizar-se e foi apresentado no mesmo momento da sua edição masculina. Como te sentes, na tua forma e moral, para esta corrida?

Penso que a ideia de que o Tour de France ser apenas um evento, com a edição masculina e feminina, é o reconhecimento do sucesso do ciclismo feminino. Estamos a falar do evento de ciclismo mais prestigiante e esta proximidade das duas corridas tem trazido uma visibilidade e atenção considerável à nossa prova. Estar na partida é uma grande satisfação para mim. A minha moral está em alta, depois de duas vitórias no Giro, e diria que a condição física está boa. Mas estou à espera de sentir o feedback da estrada, a verdadeira forma de avaliar. Mas fiz tudo o que podia para chegar como queria.

2 – A ASO anunciou uma produção televisiva muito semelhante à edição masculina, o que é um bom presságio para o sucesso televisivo. Já era tempo, não achas?

É, sem dúvida, a chave do sucesso. Uma boa corrida com uma cobertura televisiva adequada é uma fórmula vencedora. Tenho dito várias vezes que este é o último degrau que falta ao ciclismo feminino para ter uma visibilidade global. A qualidade de produção da ASO vai dar uma importante ajuda para tornar este Tour de France Femmes uma corrida espetacular. Já existem muitos fãs nas estradas. Ter, também, uma grande audiência em casa apenas pode beneficiar o desporto, equipas e patrocinadores.

3 – Esta é a primeira edição, mas esperas que o número de etapas aumente a curto prazo?

Penso que sim. Como primeiro passo, o percurso está bem desenhado e interessante. Qualquer tipo de ciclista pode ter as suas possibilidades, mas prevejo que no futuro podemos vir a ter uma corrida ainda mais longa e com mais opções.

4 – Qual é o teu objetivo para a “Grande Boucle”, vestir a camisola amarela no primeiro dia?

Olhando para as características de cada etapa, penso que é razoável ter a ambição de lutar pela vitória. Mas quero manter os pés no chão e não criar expetativas desnecessárias. Vai existir uma competição impressionante pela vitória e, com o apoio das minhas colegas de equipa, conto ter uma palavra a dizer. Vestir a camisola amarela será um sonho, mas se conseguir estar no pódio nos Campos Elísios, será uma grande conquista.

5 – Vais ser a primeira ciclista a vestir a camisola de arco-íris no Tour de France Femmes. O que isso significa para ti?

Já tive o prazer de ter competido na primeira edição do Paris-Roubaix com a camisola de arco-íris, e agora vou repetir no Tour de France. É, claramente, um orgulho especial porque vou ter ainda maior atenção em mim da imprensa e dos fãs. Leuven foi, sem dúvida, a edição perfeita para ganhar o Campeonato do Mundo.

Tour de France Femmes 2022 - 1st Edition - 1st stage Paris (Tour Eiffel) - Paris (Champs-Élysées) 81.7km - 24/07/2022 - Trek - Segafredo - photo Anton Vos/CV/SprintCyclingAgency©2022

6 – Qual foi a corrida que te marcou mais, entre todas as corridas que viste na televisão e onde competiste?

As clássicas do Norte continuam a ser as minhas favoritas, tanto para ver como para competir. Este ano tive o prazer de descobrir o Giro e, considerando também a edição feminina do Tour, não escondo que as provas por etapas estão a oferecer boas oportunidades para mim. Vamos ver o que acontece no Tour de France Femmes para ter uma opinião final.

7 – O que te recordas daquele sprint nas Flanders contra a Marianne Vos nos campeonatos do mundo do último ano?

Tive de rever várias vezes essa corrida na televisão porque, naquele momento, a adrenalina não ajudou a guardar memórias. No entanto, está claro na minha cabeça o momento onde me apercebi que ganhei e levantei os meus braços para o ar. Foi uma alegria indescritível que ainda hoje me faz pele de galinha.

8 – Também nas Flanders, este ano ganhaste a tua preferida Gent-Wevelgem. O que tem as Flanders de especial que te faz gostar tanto?

É uma questão de “feeling”. São fascinantes, corridas únicas, não apenas pela atmosfera que é criada pelo público apaixonado pelo ciclismo. Circunstâncias como a estrada de paralelo ou o mau tempo, não têm menos importância em tornar estas corridas tão especiais. Também existe um nível elevado de competição. Estão são, na minha opinião, as corridas mais épicas da época.

9 – Como a campeã italiana em título, o que significou para ti vencer duas etapas da 33ª edição do Giro Donne?

É um sentimento difícil de explicar se não tens essa experiência. É uma emoção especial, talvez porque já estás entusiasmada na partida por estares a concretizar um desejo único. Este ano tive o prazer de ganhar diante do público italiano no Trofeo Binda e, depois, conquistei o Campeonato Nacional Italiano. É por isso que as etapas no Giro tiveram ainda mais significado, apesar de não ter conseguido mostrar a camisola.

Tour de France Femmes 2022 - 1st Edition - 1st stage Paris Tour Eiffel - Paris Champs Elysees 82 km - 24/07/2022 - Elisa Balsamo (ITA - Trek - Segafredo) - photo Kei Tsuji/SprintCyclingAgency©2022

10 – Paris-Roubaix é ainda um assunto por fechar, no primeiro ano com uma queda devido às condições atmosféricas muito adversas e, este ano, por desqualificação por segurares o bidón de água no carro de apoio. Vês-te a ganhar o velódromo de Roubaix?

Roubaix é uma corrida muito especial e fascinante. É uma corrida incrível quando está seca, terrível quando está molhada. Penso que ainda não estou preparada para ser competitiva lá. Preciso de melhorar o meu “feeling” e tornar-me mais familiar com a forma como correr lá, mas conto incluir esta prova como um dos meus objetivos de época.

11 – Tens uns invejáveis recordes de pista e estrada. Que disciplina gostas mais e porquê?

Honestamente, não consigo escolher. E é por isso que mantenho ambos os calendários, dando prioridade à estrada. Penso que são duas modalidades compatíveis e, dentro do possível, vou continuar a estar na pista e na estrada.

12 – Para além do treino físico, tens também um treinador para melhorares mentalmente. Que aspetos trabalhas?

Desde o último inverno que tenho trabalhado com um psicólogo que me ajuda, ao longo destes meses, para estar mais confiante nas minhas capacidades e encaminhar a minha energia da melhor maneira. Penso que ainda tenho margem para evoluir, especialmente no meu nível de autoestima, mas é um processo que me está a trazer grandes benefícios. Acredito que neste momento, um atleta de topo, masculino ou feminino, não pode ter sucesso sem uma preparação mental e física.

Elisa Balsamo em poucas palavras.

1 – Uma virtude e um defeito teu:

Ter muita determinação e aprender a acreditar mais em mim.

2 – Comida favorita:

Lasanha.

3 – Um local para escapar ao Covid-19:

Em casa!

4 – Bicicleta Trek favorita e porquê:

A minha Emonda, com a pintura com o arco-íris. Porque é linda, muito importante para mim e a bicicleta com a melhor tecnologia que, para já, encontrei.

5 – A tua maior rival no Tour de France Femmes:

Penso que não existe apenas uma ciclista a considerar como rival, mas todo o pelotão deve ser considerado como candidato.

6 – Uma frase que te motiva:

O lema que está escrito no quadro da minha Emonda: Avanti! Spingere!

7 – O teu sonho no ciclismo:

Para mim, os objetivos que defino no início de cada ano contam mais. E para este ano, eu apenas posso dizer que estou satisfeita.

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