Os ciclistas profissionais passam muito tempo em cima da bicicleta. Num evento como a Volta à França, fazem centenas de quilómetros por dia, durante 21 dias. São muitos quilómetros a pedalar, mas não são nada em comparação com o tempo que passam a treinar.

Tal como nós, os ciclistas profissionais têm que adotar medidas para se protegerem dos condutores mais incautos quando estão a treinar ou simplesmente a divertir-se enquanto pedalam.

“Não posso alterar os riscos que corremos em competição de forma tão significativa como o posso fazer nos treinos,” diz Kiel Reijnen da Trek-Segafredo. “E, francamente, passamos muito mais horas a treinar do que em competição.”

Em 2017, a Bontrager e a Universidade Clemson estabeleceram uma parceria para a publicação de resultados acerca de boas práticas de segurança para ciclismo. Eles analisaram tudo, desde a eficácia do vestuário alta-visibilidade, até ao mais apelativo padrão das luzes de circulação diurna.

Essas conclusões foram de imediato adotadas pelos ciclistas da Trek-Segafredo na suas sessões de treino. A equipa foi uma das primeiras do pelotão do WorldTour a enfatizar que é necessário manter os ciclistas em segurança em todas as situações, não apenas nos bem conhecidos despiques em corrida. Por exemplo, a Trek-Segafredo foi uma das primeiras equipas a lançar uma versão alternativa do equipamento de treino em cor fluorescente de alta-visibilidade.

“É obrigatório a utilização do nosso equipamento de alta-visibilidade durante as sessões de treino, uma regra que aprecio bastante,” diz Tayler Wiles da Trek-Segafredo.

“Também nos deram muitas luzes traseiras e dianteiras diferentes para pormos nas nossas bicicletas e disseram-nos para as termos sempre ligadas, não apenas à noite ou quando faz mau tempo. Antes das voltas de treinos a maioria de nós certifica-se que tem as luzes ligadas e eu ainda ligo o meu sistema de localização para que a minha parceira possa saber sempre onde estou.”

A parceria entre a Bontrager e a Clemson criou orientações que qualquer um pode utilizar nas suas voltas:

• A utilização de luzes de circulação diurna, mesmo quando o sol brilha, reduz a possibilidade de acidente em 19%, de acordo com um estudo dinamarquês.

• A utilização de vestuário e acessórios de alta-visibilidade ajuda-te a ser detetável na estrada, o que permite que os condutores tenham mais possibilidade de te ver. As cores fluorescentes refletem mais luz visível do que aquela que recebem, o que explica o porquê de o vestuário de alta visibilidade ser uma ótima forma de aumentar a tua visibilidade.

• As partes motoras do teu corpo – ex.: os teus pés, tornozelos e pernas – atraem muito mais a atenção dos condutores do que as partes estáticas. Chama a atenção para as partes motoras do teu corpo  com calções de alças, calças, meias e sapatos que incorporem materiais fluorescentes e refletores.

• A utilização de cores fluorescentes ajuda a que sejas detetável durante o dia, mas não são tão eficazes de noite. Se fores pedalar depois de o sol se pôr, certifica-te que utilizas material refletor que vai brilhar com a iluminação das ruas e dos faróis dos carros.

Reijnen lembra-se de quando a equipa assistiu à apresentação sobre segurança após a Bontrager e a Universidade Clemson terem terminado o seu estudo. As conclusões foram motivadoras, diz ele. Enquanto anteriormente ele se sentia impotente contra o eventual azar de ter um encontro infeliz com um carro, a pesquisa fez com que se apercebesse que podia não só proteger-se a si próprio como fazer com que os condutores também melhorassem o seu comportamento de forma geral.

“Eles foram capazes de apresentar um argumento realmente sólido e afirmar, ‘Há uma parte disto pela qual podes assumir responsabilidade. Podes fazer algo acerca disto que vai alterar o comportamento dos condutores,” diz Reijnen. “E eu noto que quando tenho as luzes ligadas, que quando levo a minha filha no atrelado com a bandeira colocada e quando utilizo vestuário de alta-visibilidade, os carros vêem-me mais cedo e dão-me mais espaço.”

“A minha experiência permite-me concluir que isso altera completamente o comportamento do condutor.”

A Wiles gosta particularmente das luzes Flare RT da Bontrager, que são recarregáveis, impermeáveis e visíveis a dois quilómetros de distância com um padrão intermitente que comprovadamente chama a atenção dos condutores. Ela diz que já viu muitas situações iminentes de acidente entre bicicletas e carros na estrada, mas felizmente teve ela própria poucos incidentes. Para o justificar, atribui os méritos às precauções que ela e a Trek-Segafredo têm na estrada.

“Penso que o vestuário de alta visibilidade me foi útil diversas vezes na Europa quando descia por estrada sinuosas quando os carros vinham no sentido contrário nas curvas apertadas e passavam a linha divisória das vias,” diz a Wiles. “Eu sei que eles me vêem mais depressa do que veriam um ciclista vestido em tons escuros e respondem mais depressa.”

Tanto a Wiles como o Reijnen se sentem encorajados em colocar uma grande ênfase na segurança durante os treinos junto de todas as equipas do WorldTour nos últimos cinco anos. O Reijnen diz que quando começou a pedalar a nível profissional, não usava luzes de circulação diurna porque não era uma coisa de “pro”. Depois de constatar a vastidão da pesquisa por trás de simples medidas de precaução, ele sentiu a responsabilidade de ser mais inteligente.

A Wiles precisou de menos para se convencer.

“O meu lema é sempre, “Quantas mais precauções tomares, melhor,” diz ela. “Porque infelizmente não podemos andar a pedalar por aí de armadura.”

Queres destacar-te como os profissionais?

Utiliza luzes de circulação diurna em todas as voltas, veste roupa de alta visibilidade para seres detetável à tua volta e utiliza sempre capacete.